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Um café de boa qualidade começa no campo

Um café de boa qualidade começa no campo

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Com expectativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontando para uma queda de produtividade de quase 10 sacas por hectare em 2021, o agricultor deve cada vez mais se atentar à sustentabilidade do seu agronegócio e investir na melhor solução dentro desse cenário desfavorável: a qualidade do seu café. 

O panorama do café brasileiro 

A produtividade do café de mais de 300 mil cafeicultores brasileiros se mostrou em constante evolução desde 2001. Em contrapartida, a área de produção tem tido um constante declínio, com redução de 14% nos últimos 20 anos. 

O maior rendimento agrícola e lucros permitiram o impulsionamento sustentável do setor, com o constante investimento em novas tecnologias e erradicação de áreas pouco produtivas.  

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), estimou que, em 2020, os cafeicultores investiram mais de 1 bilhão de reais em energia solar, reflorestamentos e uso responsável de água, além de programas de polinização. 

Nesse cenário cada vez mais economicamente favorável e ambientalmente correto, a Embrapa estima que houve o incremento na produtividade de 20,2% em 2020, alcançando 32,7 sacas/ha.  

O café é uma cultura que apresenta flutuações expressivas na produção de frutos e nas safras colhidas, conhecido como bienalidade ou diferencial produtivo. (Fonte: Conab) 

As flutuações na produtividade no café, se dão, no geral, ao cultivo das plantas a pleno sol. Com isso, em anos de bienalidade positiva, existe um carreamento das reservas para frutificação, em detrimento do crescimento vegetativo dos ramos, reduzindo a área produtiva no próximo ano (bienalidade negativa). 

E como fica a qualidade nesse cenário? A BSCA estima que o Brasil representa quase 30% das mais de 60 milhões de sacas certificadas no mundo por órgãos como: 

  • RainForest Alliance; 
  • UTZ; 
  • 4C; 
  • Fair Trade. 

Além disso, o Conselho dos exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apontou que a exportação dos cafés com qualidade superior ou que possuem certificações de práticas sustentáveis responderam por 17,3% dos embarques na safra 2020/21, com o envio de 7,889 milhões de sacas que geraram uma receita da ordem de 1,3 bilhões de dólares. 

Para garantir a qualidade do café e mitigar os efeitos da bienalidade na sua produtividade, é preciso investir em algumas técnicas agrícolas. 

Como melhorar a qualidade do café no campo 

A categoria de qualidade do café pode ser determinada de acordo com as notas obtidas pelos produtos em avaliações sensoriais, feita em laboratórios credenciados e/ou concursos de qualidade. 

Essas avaliações podem seguir diferentes metodologias, como a Associação de Cafés Especiais (SCA) ou Cup of Excellence (CoE), e levam em conta características como: 

  • Aroma; 
  • Acidez; 
  • Corpo; 
  • Adstringência. 

Os cafés então são categorizados de acordo com as notas obtidas em uma escala que vai até 100 e varia de acordo com a metodologia adotada. No intervalo de 80 a 100 pontos, se encontram os cafés de excelente qualidade, conhecidos como cafés especiais, segundo a Specialty Coffee Association of America (SCAA). 

A terminologia "café especial” foi inventada por Erna Knudsen, uma proprietária de uma importadora de cafés finos de São Francisco, na Califórnia. Ela foi usada pela primeira vez em 1974, no artigo Tea & Coffee Trade Journal, para descrever grãos com os melhores sabores, que eram produzidos em microclimas especiais.  

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