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Covid-19: Reunião em Manhuaçu termina com cobrança por ajuda para o comércio e municípios

Covid-19: Reunião em Manhuaçu termina com cobrança por ajuda para o comércio e municípios

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Prefeitos e secretários de saúde de 20 municípios da microrregião de Manhuaçu cobraram do Governo de Estado uma contrapartida ao comércio e trabalhadores e aos municípios por conta da pandemia do novo coronavírus. No encontro nesta segunda-feira, 08/03, não houve decisão de aderir à Onda Roxa do Programa Estadual Minas Consciente.

Os gestores municipais participaram da reunião com a apresentação dos dados da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Manhuaçu que indicam a superlotação dos leitos de enfermaria e UTI destinados à Covid-19. Além disso, o levantamento mostrou que há municípios adotando regras mais rígidas e controlando melhor a disseminação da epidemia, como Manhuaçu, enquanto outras cidades não estão fazendo o “dever de casa” e as taxas de transmissão estão elevadíssimas. 

Após quase três horas de reuniões, os prefeitos e secretários não votaram por aderir ao programa. Eles admitiram que a decisão poderá partir do Governo do Estado.

COMPENSAÇÃO

Após adotar uma série de medidas preventivas e mudar o tratamento dos casos suspeitos da Covid-19 em janeiro, em Manhuaçu, a Prefeita Maria Imaculada mostrou que essa conta não pode ser colocada em cima das costas dos comerciantes.

“Não foi deliberado e nem resolvido nada na reunião. Impuseram uma situação e nós deixamos que eles resolvam da forma que eles entenderem que tem que ser. Nós não vamos assumir essa responsabilidade, porque no ano passado eles jorraram dinheiro em Manhuaçu e gastaram aleatoriamente. Esse ano, nós não temos dinheiro. Estamos combatendo a Covid-19 desde o mês de janeiro, fizemos várias ações preventivas, enfim, tudo que podia, com recurso próprio da Prefeitura de Manhuaçu. Agora, eles colocam que nós temos que fechar. Então eu acho que, dessa forma que estão agindo, está totalmente errada, porque lá atrás, não foi feito nada, só gastou esse dinheiro, mas ações preventivas não aconteceram e agora, mais uma vez, estão jogando a culpa nos prefeitos”, declarou.

Os prefeitos e secretários colocaram que a decisão é do Governo de Minas e não vão assumir essa responsabilidade de fechar novamente o comércio. “Eu sei o que o povo de Manhuaçu passou no ano passado, especialmente por decisões irresponsáveis em cima do comércio. Então não sou eu que vou tomar outra decisão dessas para acabar de arrebentar com comércio. Nosso comércio é forte. Essa cidade sobreviveu anos e anos sem ajuda de ninguém. Manhuaçu cresceu só com a evolução do comércio”, ponderou a prefeita de Manhuaçu.

Em sua fala, Imaculada ainda argumentou que é preciso evitar que os municípios quebrem: “É injusto fechar o comércio por mais 15 dias, sem dar nada em troca! Sem compensação pelo prejuízo? O que é que nós vamos dar de suporte ao comerciante? O que nós vamos dar para o trabalhador? O que nós podemos fazer para amenizar a situação?”.

A prefeita falou mais uma vez da necessidade de equilíbrio entre salvar vidas da Covid-19, mas também da falta de emprego, de comida e de apoio. “Se o Governador decretar que a nossa região irá para a Onda Roxa, vamos estudar isso junto com a sociedade. Nós vamos estudar porque não é desse jeito. Não é dessa forma. Eu acho que uma imposição em cima das pessoas hoje é injusto sem dar uma compensação ao comércio e aos trabalhadores. Eu quero saber é quem é que vai salvar a população de Manhuaçu da fome e da miséria. Eu só estou questionando quem é que vai ajudar. Tem que ter uma contrapartida. Ano passado teve dinheiro do Governo Federal e do Estado e esse ano não tem.  As torneiras estão fechadas. Os recursos são poucos. Quebrar todo mundo, fechar o comércio, colocar esses trabalhadores em casa sem previsão de volta, sem salário, sem nada, isso não pude ser assim. Temos que discutir isso melhor”.

A posição dos prefeitos e secretários será apresentada pela Superintendência Regional de Saúde de Manhuaçu ao Governo de Minas Gerais.

Redação do Portal Caparaó

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